O mercado de animais

Milhares de pessoas enriquecem as custas do sofrimento dos animais. Com o comércio da carne, a venda de peles, com os assassinatos no mar, os centros de pesquisa e eventos escravagistas como rodeios, rinhas e touradas, entre outras barbaridades.

Além deles, estão os criadores de animais de raça, que incluem cachorros, gatos, cavalos, aves, répteis, pequenos roedores, só para citar alguns exemplos. Criadores que se dedicam a reprodução dos animais para garantir sua renda. E me parece que este tipo de comércio é visto com bons olhos pela grande maioria das pessoas, que inclusive adquirem animais dessa forma, compactuando assim com o sofrimento causado a tantos animais vítimas dos próprios criadores.

As pessoas catalogaram raças, criaram raças, definiram comportamentos e a partir daí passaram a comercializar os animais como bens de consumo, adquiridos para atender as suas necessidades. Assim quando uma pessoa compra um animal, com pedigree, esperando que ele tenha as características relatadas pelo criador e este animal passa a se portar de uma maneira diferente, isso já se torna uma motivo para que a pessoa simplesmente abandone o animal; como uma roupa que ficou apertada, uma bolsa que saiu de moda, um cd que não condiz com seu gosto musical.

Os animais de pequeno porte, vistos como bibelôs de decoração, sofrem nas mãos de seres-humanos que os querem humanizar, além das crianças que os tratam como brinquedos. As pessoas adquirem animais pequenos, acreditando que estes não farão mal ao seu filho, exatamente por serem pequenos, quando a minha experiência com animais indica exatamente o contrário. Um animal de grande porte aceitará melhor as investidas das crianças, porque é mais forte, enquanto que animais pequenos podem ser machucados com maior facilidade.

Com os animais de grande porte acontece o inverso. As pessoas compram e até adotam animais de grande porte na intenção de ter um cão de guarda, um animal agressivo que possa cuidar da casa e fazer a segurança. Quando sabemos que animais de grande porte, podem ser extremamente carinhosos e companheiros e não é por serem grandes que terão de ser agressivos. Aliás, normalmente animais agressivos tem um histórico triste, uma vida de maus tratos e vivem em condições deploráveis. Pessoas felizes não são agressivas e essa é uma máxima que vale também para qualquer animal. Quando um animal é fiel a você e o ama, inevitavelmente, te protejerá em qualquer situação, como a sua casa também; animais, diferente de pessoas, costumam ser gratos a quem lhes faz o bem.

Pessoas também se desfazem de animais de grande porte, simplesmente porque eles comem mais e consequentemente sujarão mais o quintal. E essas pessoas não querem trabalho, querem conveniência.

Animais são seres-vivos, que merecem, igualmente a nós, condições mínimas de sobrevivência, que incluem alimentação e água, local seguro para dormir, cuidados, amor, carinho e atenção. Sei que, infelizmente, isso não acontece nem com todas as pessoas do planeta, mas ainda assim se você adquiriu um animal é porque deve ter condições para cria-lo, portanto só cumpra o que se dedicou a fazer.

Cheguei a ler, num site de uma veterinária, que adquirir um animal SRD não é aconselhável, porque você nunca saberá o que vai acontecer, que tamanho ele ficará e quais características irá possuir e isso pode ser desagradável - desagradável é saber que pessoas que estudam 5 anos para salvar animais, logo depois da formatura passam a ganhar dinheiro com a comercialização desses mesmos animais que deveriam salvar -. E eu digo,  quando temos um filho, também não sabemos como ele será e que tamanho chegará a ter, mas confiamos na educação e no amor que podemos prover e criamos a pessoa para que se torne um ser-humano digno. E é exatamente isso o que devemos fazer com os animais.

O animal pode ter o tamanho e a aparência que tiver, se você souber como cuidar dele, ele há de se tornar um companheiro fiel e eu acho que é isso que deveria importar. Não é??

Adote por amor!

Não compre por modismo!